da casa do Xazú




Pelo caminho que diariamente levávamos até à praia, há uma pequena capelinha voltada ao mar. Uma tarde, enquanto o Pai conversava com um amigo, entrei com a Mimi. Não foi a primeira vez que entrou numa igreja, nem que ouviu falar de Jesus, mas a nossa surpresa veio daí em diante.




Sentou-se comigo, pedi-lhe que falasse baixinho e ela apontou para o grande crucifixo no centro. Disse que era Xazú e que tinha um dói-dói na perna. Mostrou-se imediatamente solidária (- Mimi tem dói-dói na péna). Lembrou a Xazú que, ao Seu lado, estava a Mãe (- Xazú, é a Mãe do Xazú.) e outras observações idênticas.

Disse-lhe que tínhamos de sair. Não queria. Não fez birra nem falou alto, mas prometi-lhe que voltaríamos depois. Levantou-se, mandou beijinho e –‘té logo, Xazú. Saímos.

Da praia, vê-se a capela. Volta e meia, apontava e lembrava-nos que estava ali a casa do Xazú. Ao toque dos sinos, - Xazú ‘tá cantari. E, no final do dia, e à noite, e nos dias seguintes, sempre a pedir para passar em casa do seu Amigo. Ficou aborrecida por, às vezes, a porta estar fechada. Lá a convencíamos de que Jesus estaria a descansar ou a jantar ou a dormir.


Engraçada esta vivência que não conseguimos (nem tentamos) explicar mas que observamos com carinho. O Pai diz que Mimi será freira (di-lo a brincar, mas parece-me que é um desejo que mantem em segredo J ). Faremos, enquanto pedir, a sua vontade. Afinal, ali vai com gosto, conversa e fica feliz.

💗💗💗

Comentários

Mensagens populares