JMJ Lisboa 2023. Será sempre um momento feliz.
Missa de Abertura JMJ 2023 | Foto: Ecclesia |
Sou uma cidadã consciente, mas pouco importam aqui as considerações económicas, o retorno ou a falta dele. Parto de uma premissa egoísta, tão egoísta como o desejar para cada um dos um milhão que estão por aqui o mesmo que vivi e que, em tão boa hora, definiu parte do caminho que decidi percorrer e que, ainda hoje, com mais ou menos desvios (pois acontecem, pessoa que sou), norteia o meu ver o mundo e a forma como tento que as minhas filhas o vejam e o sintam.
Já escrevi aqui o meu percurso nas JMJ. Fui uma
privilegiada, o que me confere aquela pequena propriedade de dizer que todos os
jovens deveriam, um dia, ter a oportunidade de participar neste evento.
Fico sempre com a sensação de que as críticas chegam de quem
está de mal com a vida, que não sabe lidar com o sorriso de que precisa de
pouco para ser feliz, para cantar, para olhar o outro e nele ver o que de melhor
a Humanidade tem. O trânsito ou a falta dele, as ruas cortadas e tão cheias de
gente, as bandeiras que se erguem, o calor que se ultrapassa, o barulho vindo
de todo o mundo e que cabe num espaço só... Mas há maravilha maior do que esta?
Chama-se fraternidade, é o tal dizer sim, esquecer fronteiras e, num pequeno
campo junto ao rio, mostrar que os povos são um só, sabem olhar na mesma
direção, viver os mesmos ideais.
Tenho recordado, com emoção, os dias que vivi em Paris, em
Colónia e, sobretudo, em Roma. “Queridos
jovens, não tenhais medo...” Sinto os cheiros, ouço os sons, as vozes, as
músicas que ficaram comigo. Tenho lembrado os amigos do Liturgy Group 2005.
Ouço, em mim, a alegria da América Latina, por quem nutro incondicional carinho
e admiração, pela alegria, pela forma como vivem e transmitem a fé, pela
presença que marca o local onde se encontram.
Perdemo-nos em Paris. Tivemos sede e comemos muitas
lentilhas. Passamos mal em Itália, andamos quilómetros debaixo de uma vaga de
calor. Fiz febres altas, alergia ao sol. Não tínhamos água que não fosse
quente. Houve chuva em Colónia. O metro abarrotou em Paris, em Roma, em
Colónia. Os transportes não deram resposta em Paris, em Roma, nem em Colónia. Houve
obras em Paris, em Roma, em Colónia. Fomos bem acolhidos em Paris, em Roma e em
Colónia. E eu fui muito, muito feliz em Paris, em Roma, em Colónia.
Tenho sentido, com emoção, estes dias, acompanhando, de
perto e de longe, a Paróquia que hoje me acolhe e a que sempre foi e é a minha
Casa. Senti, entre Lisboa e Lamego, cada minuto do acolhimento, das
pré-jornadas, da alegria de receber, de dar, de ser semente e exemplo. Que alegria
desmedida... Que guardem sempre estes instantes no coração.
Fomos, no passado domingo, à Missa do Parque das Nações, onde agora continuamos a caminhar. Uma igreja cheia de jovens, de voluntários, de peregrinos. Uma hora de um coração a bater ao ritmo da mensagem transmitida, das tais músicas e hinos que guardo letra a letra e que me levam sempre aos lugares onde fui peregrina e, acredito, fizeram tantos jovens quererem ser melhores. No final, os peregrinos do Panamá a fazerem-nos sentir o que é uma JMJ, entre palmas e ritmos tão deles... Esta es la juventud del Papa...
Podes vir, Francisco! Estaremos à tua espera no sábado e dir-te-emos um até já no domingo. É bom ter-te entre nós! ♡♡♡
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