Lamego. Festa.
Estamos
em modo nostalgia. Estamos em modo muita nostalgia.
Amanhã,
vamos para Lamego (casar o Bruno e a Mara – iupiiiii!) mas queríamos estar lá
hoje, ontem, todos estes dias.
Lamego
é a terra mais bonita do mundo. É a nossa casa, o nosso chão, a nossa raiz. A
Mimi nasceu longe porque sim apenas, mas é de Mamégo. Como a mãe, o pai, os tios, os avós, os bisavós, os primos,
os amigos, os amigos que são tios e os filhos dos amigos que são primos.
Por
estes dias, a saudade aperta mais um pouco. Do cimo do Monte, desce a Senhora
dos Remédios numas das mais bonitas expressões de fé que já vivi (e já vivi
algumas, bem grandes por sinal). Regressa a casa numa barca cheia de meninas e
meninos que, desde pequeninos, vivem a Senhora dos Remédios como parte grande da
família. A ladeá-la, muitos milhares de pessoas, pelas ruas de uma cidade
pequena e tão grande. Depois há os bois
e a andor do algodão onde dormem bebés embalados pelo chão da calçada. E
dezenas de senhoras vestidas de Senhora. E mais andores. E os bombeiros que se
aplaudem muito. E, lá atrás, centenas de outras pessoas que acompanham a
Senhora. E lágrimas, muitas.
No
final, uma salva de canhão e honras militares. Os cavalos assustam-se. O fumo
não deixa ver o que a vista podia alcançar. Sai do andor e segue de jipe. Até
para o ano, Senhora dos Remédios.
Por
estes dias, esfolam-se joelhos pelo Escadório, em jeito de pagar promessa a que a
Senhora acudiu. São centenas e mais os que acompanham. E os que ainda têm um
pedido para fazer, uma graça guardada debaixo do peito.
Por
estes dias, há foguetes e copos e amigos pela noite dentro. E bombos, muitos
bombos e outro tanto de música.
Por
estes dias, mistura-se o Cristão e o pagão numa festa que, orgulhasamente,
todos afirmam “A romaria de Portugal” mas que, lá bem no fundinho (para não vir
ao de cima), todos sabem que já não é bem assim. Conta a vontade de que
assim fosse e a energia de duas semanas que não se esgotam no bater das palmas no final do concerto.
Por
estes dias, Lamego é ainda mais Lamego. E voltam os que estão longe e
permanecem os que estão perto e juntam-se as famílias (porque Natal também é em
setembro) e brinda-se à vida, à boa vizinhança, ao ar da serra e ao que temos
de melhor: as pessoas.
Por
estes dias, a Senhora dos Remédios faz reacender o que de melhor temos cá
dentro e leva-nos a acreditar que a fraternidade e o acolhimento são o que nos
move.
Hoje,
o fogo-de-artifício será lindo e a noite será longa. Vai acabar com o nascer do
sol. Amanhã, é dia da Senhora dos Remédios. Feriado em Lamego, dia de procissão
e de alguns corações apertadinhos cá longe.
(perdoe-nos o Rui Jorge Pires pelo abuso da utilização da imagem mas, na verdade, temos ali a ilustração perfeita)
💗💗💗
Lamego é sim a terra mais linda do mundo!!! Espero voltar rapidamente de vez. Desde os 18, quando fui para Coimbra, que vivo com este sonho.
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