da (minha) raiva

Na semana passada, pequena Mimi foi à vacina. Teria que a ter tomado aos três meses, mas coincidiu com a varicela e teve de ser adiada. 
Um pequeno chorinho quando a agulha entrou na pernoca mas nada de efeitos secundários. Resistente, esta miúda...

Já eu chorei. Ninguém me viu as lágrimas, mas chorei de raiva! 

Foi uma vacina fora do plano nacional de vacinação. Não interessa o valor que se paga. Interessa que se paga. E isso doeu-me. Mas doeu tanto que uns dias depois não me saía da cabeça. Não pelo dinheiro, que para proteger a Maria vou ao fim do mundo. Dói-me por cada bebé que não pode ter esta prevenção porque há opções que os pais têm de tomar.

O mundo é injusto, eu sei. Não vale a pena dizerem mais isso, que já conheço as frases de cor. Mas também sei que nunca vou conseguir lidar com isso. Há coisas que deveriam ser iguais, entre iguais. A minha Maria não é mais do que qualquer bebé que também corre o risco de apanhar meningite. Não é... Para mim, ela é tudo, da mesma forma que para todos os pais os seus bebés são o mesmo tudo. E não consigo sequer imaginar a angústia e como fica apertadinho o coração da mãe que sabe que aquela vacina existe e que pode ser fundamental, mas que não pode dá-la. E isto, não só porque o valor é escandalosamente estúpido mas porque há quem decida que há profilaxias mais importantes e outras que não tanto. 

Há vacinas contra (esta minha) raiva? 

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