Gravidez e Os Desenhos Animados

Da minha gravidez não tenho muito para contar. Nada de enjoos ou desejos noturnos (ooohhhhh....). Passei bem com calor, costas impecáveis e continuo até hoje sem saber o que são as dores das contrações. No fundo, no fundo, a Maria esteve a dar descanso à mãezinha, para compensar os dois primeiros meses de vida cá fora...

Mas, se da parte física nada há para memória futura, já das hormonas... Senhores, as hormonas! O que eu chorei. Porque sim, porque não, porque chove, porque está sol, porque o filme é triste, porque o livro é alegre. Basicamente, passei os primeiros meses em duas fases: ou a chorar ou a controlar-me para não chorar. Foi lindo!

Lembrei-me disto anteontem, quando via Os Azeitonas, em mini-concerto na TVI. O que eu chorei a ouvi-los? Tanto, mas tanto que, olhando par trás, penso mesmo que deveria ter-me dado duas bofetadas... Não sei se era daquela (maravilhosa) pronúncia do Porto, se das músicas, das letras... não sei. Mas que chorava, chorava. E, quanto mais lágrimas punha cá fora, mais ouvia, em loop, Marlon e seus amigos.

Na altura, Nos Desenhos Animados passava imenso na Comercial e, em muitos dias, logo pela manhã, quando ia para o trabalho. Começava logo aí. Era parar o carro no parque e, qual Madalena, chorava até ao fim da música. Podia tirar o som, mudar de estação ou, melhor ainda, sair do carro e ir trabalhar. Mas não... Ali ficava eu, uns bons cinco minutos, em estado de quase catarse.

Talvez fosse a imagem do Tom Sawyer, descalço (ainda hoje os meus bonecos do coração)... Talvez o D'Artagnan e a sua Julieta... Talvez os sábados de manhã, no quentinho da manta no sofá ou a hora do lanche, ali mesmo antes de fazer os trabalhos de casa... 

Talvez isto tudo e ainda o lembrar-me (perfeitamente) de que, quando pequena, também chorava a ver os desenhos animados... Fosse o Tom Sawyer, a Ana dos Cabelos Ruivos, a Heidi ou o Marco, aí estava eu com o lenço na mão a tentar disfarçar a pieguice! Valia-me o Bocas, ali a meio do Agora Escolha, que sempre me fazia rir. 

Voltemos a anteontem. Estavam Os Azeitonas, e os seus Desenhos Animados, a atuar e, ao meu colo, pequena Maria encantada e completamente vidrada na música. Coincidências, bem sei!

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