Do bom português no quotidiano



Senhores pseudo-letrados deste país,

Pelos vistos (facto constatado diariamente) os vossos meritórios estudos não forneceram informação suficiente quanto ao bom trato que devem manter diariamente, nomeadamente nas relações linguísticas que são obrigados a desenvolver e que, para mal dos meus ouvidos e da língua portuguesa, eu sou obrigada a ouvir. Cansada que estou de tão mau falar, aqui fica o meu modesto contributo.

Ora vamos lá então (é aproveitar que em tempos de crise, a aula é grátis) que a matéria é pouca e de nível básico:

- “Você” não é mau. “Você” é muito mau. Muito pior que mau. Tratem as pessoas pelo nome, cargo, qualquer coisa. Falhem por omissão mas não digam “você”. Por todos os santinhos… Ou então, calem-se.

- “Hã?” “Hã?” é inqualificável. Vá lá… esta é fácil. Podem dizer “não percebi” ou “diga” ou “importa-se de repetir?”. Meus ricos alunos, ainda crianças, que ao fim de duas chamadas de atenção já se corrigiam entre eles. Verdade, meus lindos?

- “Podem-se sentar aí.” Ou “Podes-me emprestar a caneta?”. Ou qualquer pérola afim. Não. Está errado. Senhores jornalistas, esta nota é também para alguns de vocês (Pedrocas Teich, abre aí a pestana aos teus colegas): o pronome coloca-se depois do segundo verbo. Fácil, fácil: “Podem sentar-se aí” ou “Podes emprestar-me a caneta?”

Por hoje, aqui me fico. Mas volto.

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