Mimi descobre a verdade ❤

A Mimi sabe que está na mesma escola do que a mãe, mas separa os espaços, dizendo que o seu colégio fica em baixo e que a mãe trabalha em cima (e corresponde à verdade, já que o pré-escolar funciona num piso e as salas por onde a mãe passa estão no piso superior). Por vezes, cruzamo-nos, dizemos adeus e mandamos um beijinho; tudo muito tranquilo! Há uns tempos, perguntou onde estavam as caminhas dos meus meninos. – Onde dormem, mãe? 

Na verdade, apercebíamo-nos de que não tinha bem a noção do que eu fazia ali, de qual o papel da mãe.

As nossas viagens até ao Colégio são curtas mas, com o trânsito, aproveitamos para pôr a conversa em dia. De manhã, fazemos planos do que vai acontecer, de como irão ser as aulas ou de quem já estará na escola. Aproveitamos para, diariamente, prometer que, nessa mesma noite, iremos deitar-nos mais cedo, pois Mimi está cheia de sonequinha...

No regresso, os temas são mais variados e imprevisíveis. Ontem, vinha em silêncio, não me respondia e acabei por pensar que adormecera (o que, por vezes, tem acontecido). Do nada, com um tom muito intrigado, ouço lá do banco de trás:

- Ó mãe, tu és porfossora?

- Sim, filha, sou professora. Porquê?

- Nada. A mãe do Gabriel também é porfossora?

- Sim, também é professora. Mas porquê?

- Nada, mãe.

Silêncio, novamente, no banco de trás. Imagino que a curiosidade tenha surgido porque ouve as Auxiliares (as queridas Auxiliares) a chamarem-nos assim. Prevejo que, no próximo episódio, me saia um – O que é uma porfossora, mãe?

[filha de professor sofre, querida Mimi. Txi prépara...]

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