Palma. O maior.

Quem me conhece um pouquinho sabe da minha paixão por Jorge Palma. Não é recente, não passou com os anos, não esmoreceu. Nada. Zero. O Palma é o maior e ponto. [depois há os U2 e os Coldplay e por aí fora...eheheh]

Gosto do que escreve, do que diz, como diz, do que interpreta, como interpreta. E pronto... É isto. Uma velhinha admiração, que me habituei a não compartilhar com os amigos da escola, mais adeptos, na altura, de outras frequências sonoras. Entretanto, cresceram, e perceberam o que vale a pena ouvir! Uma velhinha admiração que partilhei em longas e político-filosóficas conversas com o amigo C., numa longa viagem, com a boa sensação de ter ali alguém que apreciava o mesmo que eu! Uma velhinha admiração que, com o passar dos anos, se tornou isso mesmo: mais velhinha ainda.

Lembro-me de, em casa, miúdos, cantarmos Deixa-me Rir...  Lembro-me de escrever, nos meus livros e cadernos que na terra dos sonhos, podes ser quem tu és... Tenho uma amiga que é especialmente Frágil e que, sempre, enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar. Inacreditavelmente, Encosta-te a Mim serviu já de bússola, enquanto nos perdíamos pela Galiza.

Ouvia Acorda, Menina Linda, mesmo quando a  Lua estava lá fora, para além do firmamento. Gosto quando dizem Essa Miúda. E quantas vezes, enquanto estava , com duas almas em guerra, falei à Nossa Senhora da Solidão, que Todos Dizem que não Sabiam quem Era e a quem ia pedindo uma Viagem na Palma da Mão. No meio de tudo isto, mantenho a esperança de um dia, talvez no Bairro do Amor, encontrar Jeremias, o Fora-da-Lei e perguntar-lhe -Quem és tu, de novo?

Depois há a Estrela-do-mar. A Estrela-do-mar. Sem mais. Sou eu, ali, no mar do piano e da poesia: não dá para escrever muito mais do que já escrevi. Só a ele obedeço, só ele me conhece, só ele sabe quem sou...

Estas, e todas as outras, percorrem as estradas e o sentir de quem tem a capacidade de ultrpassar preconceitos e ideias feitas sobre quem é o quê. E Jorge Palma é isso mesmo. É ele, o piano, a voz, a letra, a interpretação. Sem mais, com a maior ou menor sobriedade que não atrapalha e que faz do homem o que ele é, sem devaneios artísticos, elitistas ou paranóicos.

Confesso que me encanta o lado boémio da sociedade, os cafés cheios de fumo e um piano de cauda ao fundo. É esta a imagem que Jorge Palma respira. Aprecio-lhe a aventura da(s) fuga(s) e o assumir, sem mariquices, da estrada percorrida. 

Ontem, pela enésima vez, encontrei-o em concerto. Sempre o mesmo: o melhor. Sempre novo e inesperado: o maior. Tão bom.... Tão deliciosamente bom...

Faltaram algumas, Jorge. Desculpa. Faltaram tantas, Jorge. Ouvia-las-emos na próxima vez que nos encontrarmos, espero...

Obrigada pelo presente.
Sempre, O Meu Amor Existe.

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