Ao N. Porque não podia mesmo deixar de ser

Continuo no mesmo sítio de onde saíste há algumas horas. Se medirmos as saudades, fico em vantagem agora... Ficou aqui o teu cheiro. Soube-me bem ao (re)entrar... Afinal, em duas horas, desvanecem-se tantos meses. Verdade? Continuo a não concordar, mas tu lá sabes.... A mim, sabe bem ter-te por perto...

Podia agradecer-te a visita. Não o faço (e, sim, chama-me mimada, mas não orgulhosa). E não o faço, por egoísmo, talvez. Porque foi bom, porque quero mais, porque não se agradece às pessoas de quem se gosta. E se gosto de ti? Gosto muito...

Sempre tanto por dizer. Deixo aqui, pois escrito ficará algures nas (nossas) entrelinhas. Vieste no momento certo. Estava a precisar do desabafo, do abraço, do teu sorriso. Não to disse ontem, quando me avisaste que vinhas, mas assim foi... Estava a precisar de ti. Sem medo das palavras, angústias ou tontos devaneios. Estava a precisar de ti, porque é em que mais gosto que me acalmo e lanço amarras. Perdoa-me a ousadia. Afinal, conheci-te ontem e já passaram cem mil anos...

Li-te, hoje, algures nos silêncios. Não incómodos mas de paz. Fazes-me falta, como as coisas banais do final da tarde e início de manhã. E não são os livros, os cadernos, a matéria chata que sempre ouvias... Desculpa quando te distraí... :)

Vê bem as horas de um qualquer relógio giro que tenhas por perto. Marca também o dia. Quero descobrir o conceito do depressa, do amanhã, do já aqui ao lado.

Não sou mimada, N., e tu és só um pouquinho mentiroso... Quando dizes coisas sem jeito e, aí sim, me dás o maior mimo do mundo. Começas a ter culpa nestas coisas... E é tão fácil habituarmo-nos a coisas boas. Como um abraço. O teu. Como a contagem decrescente e a pouca vontade de abrir a porta de saída. A minha, porque as saudades, já as havido esquecido todas. Brinco contigo, bem sabes, e assim o desejo. Se estiver enganada, deixa-me viver na ilusão.

Gosto de ti, gosto de dizer-to (escrever-to, claro está) e espero que o teu depressa seja já ao amanhecer. Não to cobro. Sabes o porquê e o porque não. Mas desejo-o.

Não gosto muito de falar. Sou mimada, antipática e tenho a mania. Mas gosto de escrever e deixar (sobretudo nas entrelinhas) o que vai na alma e deixei por dizer.

Creio que nunca mo ouviste, mas já o leste (e, espero, acima de tudo que o sintas)... Gosto de ti, N. Gosto muito de ti. Raras são as vezes em que a vida nos dá e nos permite tudo aquilo que mais queremos. Vou continuar a deitar-me tarde...

* Dia agitado e de contradições. No maior dos registos, o N., a quem agora escrevo e que sei me lerá. A vida segue lá fora... working together?

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